Antes, durante ou depois da leitura: Ed Sheeran - Thinking Out Loud
Sim, sempre criei expectativa. Sonhei demais. Pensei muito. Por muito tempo a esperança de dias melhores me acompanhou também. Mas dessa vez não é expectativa, muito menos esperança. É a vontade de estar perto. Vontade de ver o seu nome na janelinha do bate-papo me chamando para conversar sobre os nossos gostos opostos. De sentir seu abraço quente. De acordar e ver seu bom dia. De dormir e ler aquela mensagem dizendo o quanto me ama. A vontade que eu tenho de saber que tudo isso não passou de um erro do vento, que soprou nossos barquinhos nos levando para riachos diferentes. Saber que fomos feitos um para o outro. Feitos para durar.

Tenho a vontade de te provar que dois mais dois é o mesmo que oito dividido por dois. O que quero dizer que não importa o caminho, nós podemos sim chegar ao final juntos. Queria te procurar, mas talvez já tenha feito isso. Queria que ao menos uma vez as coisas fossem diferentes, mas se não fosse assim, qual a graça da vida? Qual a graça de ter tudo que quer? Nenhuma. Mas me pergunto: Qual a graça de não ter você? Nenhuma.

Dormir e acordar. Você como o último pensamento e o primeiro. Tudo bem, eu já consigo encarar o fato de não ter você ao meu lado. Consigo encarar tudo da maneira mais positiva possível. Mas não tem graça.

Daqui há dois meses você pode encontrar um novo alguém para partilhar coisas novas e ser feliz ao lado dela. Daqui há dois meses pode acontecer o mesmo comigo. Mas acho mesmo que daqui até lá as coisas sem você vão ser desse jeito: Sem graça.
Não é esperança, é vontade.
KCAmaral





Não sei ao certo quando nos perdemos. Fomos perdendo contato aos poucos. Com o tempo já não fazia mais sentido compartilhar as novidades. Na verdade, os nossos sentidos já  haviam se desencontrado, ou nunca se encontraram... Também não sei dizer. Mas nos perdemos.

Eu senti um vazio agudo do lado esquerdo do peito. Vazio que não curava com música, com livros, com lugares, e é até estranho dizer, mas nem mesmo a poesia curava o vazio que ficou. O fim veio como uma bomba atômica que explodiu. TIBUM!!! Uma pessoa ficou gravemente ferida, e outra com arranhões leves, que logo se recuperou. E embora um olho estivesse aberto a realidade, o outro ainda estava fechado no sonho.

É, “entre o bem e o mal a linha é tênue, meu bem”, e nessa linha estava (ou está) o silêncio e a saudade; e no meio disso está as memórias de uma “poeta”, que se acabam nas últimas linhas desse texto. As letras nos uniram (tavez), nos descreveram (por muito tempo), e agora, ah... Se findam no final desse papel, onde seja possível nunca mais sair e nos tocar. Até porque não dá para “jogar semente nas pedras” por muito tempo. Agora, guardo as promessas, as cartas, as fotos e as memórias em um cantinho do meu coração. Isso é um adeus.  À Deus entrego tudo, mais uma vez.
KCAmaral



Eu sinto falta. Na verdade, eu sinto muita falta. Falta de você, do seu cheiro na minha roupa e do seu amor. Sua partida foi como um buraco no meu peito. Mas não como qualquer buraco. Foi daqueles profundos e que você procura e procura, mas só é capaz de encontrar a mais bela poesia. Não digo a poesia formada pela simetria das palavras bonitas e idealizações sem fim. Mas digo aquela poesia que descrevia você e eu. Nós feitos laços. Nós feitos nós. Sim, você é a poesia mais linda que existe em mim. E é por isso que eu sinto falta. Ousaria dizer que sinto saudade. Saudade dos beijos que desciam da testa até a minha boca. Dos seus dedos desalinhados descendo pelo meu rosto. Do encostar das bocas, e por fim, das almas. Saudade do que foi belo, meu menino.


KCAamaral